A famosa “Barriguinha de Chopp”

OBESIDADE VISCERAL

Não há gordura mais nociva do que a gordura trans que é utilizada para dar mais sabor, melhorar a consistência e prolongar a validade de alguns alimentos. Encontramo-la nas pipocas do microondas, nos salgadinhos de pacote, nos donuts, nos biscoitos, nas bolachas, nos sorvetes cremosos, na maioria das margarinas ou nos lanches fast-food.

A gordura trans é um importante fator de risco de arteriosclerose, diabetes, etc. Essa gordura eleva as taxas de colesterol ruim (LDL) e dos triglicerídeos e reduz os níveis do colesterol bom (HDL). O que era ruim teve o seu consumo agravado por estudos recentes feitos nos EUA, que mostraram que alem das alterações do metabolismo da gordura as dietas ricas em gorduras trans favorecem a deposição de tecido adiposo no abdômen, a famosa “barriguinha de chope”, conhecida no mundo medico como gordura intra-abdominal ou visceral que faz parte integrante do que se denomina hoje como SINDROME METABOLICA, sinalizando como sendo um erro no metabolismo dos lipídeos. A gordura das vísceras, que ocorre com muito mais freqüência no fígado e pâncreas, acaba atingindo também de maneira imperceptível o intestino e rins. As pesquisas mostraram e já é possível afirmar que a gordura trans é muito mais perniciosa do que se poderia imaginar, e que, por exames tomográficos verificou-se que os alimentos ricos em trans promoveram uma redistribuição do tecido adiposo, fazendo com que parte da gordura subcutânea migrasse para o abdômen e vísceras. O mecanismo dessa migração ainda não está totalmente estabelecido, mas, podemos resumi-la nesse esquema:

Ingestão de gordura trans:

1- Moléculas são quebradas pela bile, espécie de detergente formando gotículas muito pequenas de gordura.

2- O fígado produz as lipoproteínas VLDL que são como ônibus que transportam as gorduras pelo organismo.

3- Como as gorduras trans são raras na natureza o fígado não está programado para processa-las em grandes quantidades, ou seja, suas moléculas não cabem no “ônibus VLDL” como as de colesterol e triglicerídeos, gorduras que o fígado está preparado para metabolizar.

4- Acumulo de gordura trans nas células hepáticas. Então, o fígado não responde ao hormônio insulina responsável pela ordem de interromper a produção de glicose.

5- Elevação do nível de glicose no sangue. O pâncreas é estimulado a aumentar a fabricação de insulina que em excesso estimula a produção de tecido adiposo, especialmente na região abdominal. Verdadeira reação em cadeia, que é a gordura visceral, levando a: triplicar o risco de AVC (derrame), quintuplicar a probabilidade de diabetes, oferecer 30% a mais de risco de câncer, em especial mama, útero e colon, aumentar as taxas de triglicerídeos e de LDL, elevar a pressão arterial. Reduzir o colesterol bom (HDL).

Verdadeiro cataclisma metabólico. A O.M.S. preconiza a ingestão de gordura TRANS a 1% do total calórico diário que numa dieta de 2000 calorias equivale a 2,2 gramas ou 1 biscoito recheado de chocolate. É importante lembrar que toda a profilaxia da obesidade, síndrome metabólica, gordura visceral sempre repousa no controle da alimentação, estilo de vida e exercícios físicos que são bem simbolizados na frase do Prof. Zerbini que a melhor proteção para o coração são os pés.

Ref: relatório pesquisadores da Universidade Wake Forest, EUA, apresentado no 66 Encontro Anual da Associação Americana de Diabetes.

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